domingo, 3 de fevereiro de 2013

O Elo Partido



Ontem fui ao aniversário de uma amiga do curso de Decoração num Pub aqui em Porto Alegre, um ambiente bom, musica anos 70/80 (não que eu conhecesse alguma, mas gostei. kkkk), confesso que o som alto demais me incomodou um pouco e mais uma vez me convenci que realmente não nasci pra balada.
Mas gostei, tinha pouca gente, foi um bom  programa.
Como sempre não consigo perder a mania de prestar atenção nas pessoas à minha volta e ficar fazendo minhas análises silenciosas das relações humanas.
Bem ao nosso lado estava um casal cujo comportamento me chamou atenção.
Os dois sentados lado a lado, ela braços cruzados, ele mãos entrelaçadas no próprio colo, não se olhavam, não se falavam, simplesmente estavam ali.
Havia um vazio enorme entre eles, mesmo estando tão perto um do outro.
Hoje pela manhã saindo de casa ouvi mais uma discussão de um casal de vizinhos, com direito a palavras como "idiota" e coisas mais.
E voltando a mania de analisar, juntei o comportamento dos dois casais, um estava num lugar de diversão, o outro em sua casa, mas o vazio enorme era lugar comum para os dois.
A pergunta que me vem a mente é: Por que as pessoas se permitem viver assim? Onde ficou o afeto, o carinho, o amor e o companheirismo do inicio da vida?
Se chegam a este ponto nem amizade existe mais, então por que insistem em permanecer juntas?
Comodismo, medo da solidão, costume? Não encontrei a reposta.
Mas a constatação é triste, quando duas pessoas se unem, é como se formassem uma corrente com elos  inseparáveis, em algum momento elas permitem que um elo se quebre, mas por algum motivo não deixam que a corrente se solte.
Há algo estragado ali, falta diálogo, carinho, afeto, falta o que de melhor existe num relacionamento, o prazer de estar junto, lado a lado, verdadeiramente.
Falta os olhos nos olhos, mãos entrelaçadas, suspiros, aconchego, cumplicidade e amor.
Falta tudo o que se espera de uma união, falta o motivo pelo qual as pessoas se unem, mas por insistência ou covardia, elas seguem arrastando a corrente, já não é mais um prazer, é um peso, já não é mais uma união é uma prisão.
Em algum momento no decorrer da vida a dois eles se perderam, se voltaram pra dentro de si próprios e permanecem juntos mas não estão mais juntos em nenhuma ocasião.
Não digo que deveriam se separar simplesmente, mas acredito que pelo menos poderiam tentar rever a situação. Porque se é para viver assim, juntos e separados, unidos e em completa solidão, acredito que o melhor seja viver sozinho.
Muitas vezes precisamos ficar sós para descobrir o quanto é interessante nossa própria companhia, e reaprender a nos amar novamente.
Creio que mesmo amando uma pessoa, se não é mais possível viver junto, o melhor é realmente a distância.
Ainda acredito em amor eterno, verdadeiro, mas se elos se partirem desta maneira que fique somente o sentimento no coração e o vazio que ficaria entre duas pessoas juntas, seja preenchido pelo prazer de viver consigo mesmo.
Ninguém precisa de outra pessoa para simplesmente estar, precisamos de alguém para amar.

2 comentários:

  1. Amei sua postagem...como sempre nos faz parar e pensar.
    Ame a você
    Ame quem você quiser
    Escancare a porta do teu coração
    E libere o amor desta prisão.

    Beijoss

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  2. A última frase, diz tudinho...bela reflexão.
    Ah, e quanto ao som alto, tb me incomoda. Detesto volume que atrapalha a conversa! E tb não sou pras baladas...!
    Abs.

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